A residência de Luis Damião integra-se na linha de programação que o INSTITUTO tem vindo a trazer à cidade do Porto, com artistas, curadores e investigadores estabelecidos entre Portugal e Angola. Irá realizar-se no INSTITUTO em Agosto e Setembro de 2021. A residência visa dar continuidade ao trabalho do artista, explorando técnicas de manipulação e impressão de imagem. Terá como objeto de estudo o vasto espólio fotográfico do seu pai, o fotojornalista Paulino Damião (conhecido como Kota 50), falecido em Novembro de 2020.
Kota 50 foi fotógrafo do Jornal de Angola entre 1976 e 2017. Ao longo da sua carreira, recebeu diversos prémios (entre eles o Prémio Nacional dos Artistas Plásticos 2010 / Categoria Fotojornalismo; Prémio Maboque de Jornalismo 2013 / Categoria Imagem) e deixou um arquivo fotográfico que narra e regista inúmeros acontecimentos ligados à história de Angola pós independência.
Propõe-se que a exploração deste relevante arquivo fotográfico seja informada pela perspetiva pessoal de Luís Damião. O artista irá pesquisar, selecionar, editar e transformar o material do vasto espólio fotográfico, e irá produzir novos trabalhos. O residência será acompanhada por uma série de atividades durante a residência (conversas, tutorias, oficinas).Essas atividades, a decorrer no INSTITUTO, serão também potenciadas pelo projeto “Desmonte”, projeto de criação artística,exposição e publicação, que conta com o apoio da Direção-Geral das Artes, e que tem por base uma colaboração entre os artistas angolanos Lino Damião (irmão de Luis Damião) e Nelo Teixeira.
Biografia
Luis Damião (Luanda, 1978) é um artista visual angolano que trabalha com fotografia e instalação. O seu trabalho exprime uma forte componente experimental e de investigação, e explora meios de produção não convencionais. Luis integra uma geração emergente de artistas que lançam renovadas perspectivas sobre as convenções da prática fotográfica, na época da tecnologia digital. As referências da sua construção estética reportam ao universo do retrato e da fotografia documental, mas com recurso simultâneo à materialidade expressiva do suporte.
Em 2002, apresenta-se publicamente pela primeira vez através do projeto artístico coletivo “Art & Moda”, realizado no Espaço Cultural Elinga. Nesse ano, acompanhou, em expedições por Luanda, o consagrado fotógrafo Carlos Lousada. Colaborou em várias edições do festival de jazz organizado por Jerónimo Belo. Tem colaborado com o Jornal de Angola e com o Jornal Cultura das Edições Novembro, e com a revista de bordo “Austral”, da companhia aérea angolana TAAG.
Em 2012, realizou a sua primeira exposição individual de fotografia, intitulada “Mulheres do dia-a-dia”, na Galeria De Maio, na UNAP. Nesse mesmo ano, publicou fotografias da sua autoria no livro editado por Paulo Moreira, no âmbito do Prémio Fernando Távora 2012, instituído pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitetos, Portugal. Ainda em 2012, as suas fotografias integram a cenografia da novela Windhoek, da TPA 2; e participa no concurso Besa Photo.Colaborou como assistente de produção e fotografia do filme “No trilho do naturalista”, da produtora TerraTreme. Em 2019-20, teve uma exposição individual na galeria This is Not a White Cube, e participou na exposição coletiva “Intersections - Within the Global South” na Galeria do Banco Económico, ambas em Luanda; e representou Angola na 12ª edição da Bienal Africana de Fotografia em Bamako, Mali.
Open Studio: 17.09 - 15.10.2021
Oficina: 15.10.2021