Aprender a Desaprender | Arquiteturas Film Festival 2024
27.06-30.06.2024
A 11ª edição do Arquiteturas Film Festival aconteceu em múltiplos espaços da cidade do Porto, como o Batalha Centro de Cinema, Canal 180, Casa Comum, Circo de Ideias, INSTITUTO e Térmita, com uma seleção de filmes, debates, instalações e passeios. Sob o tema “Aprender a Desaprender”, esta edição apresentou quatro secções cuidadosamente programadas: Programa dos Realizadores Convidados, Programa Oficial, Programa Experimental e Programa Especial Portugal. Cada secção ofereceu uma contribuição única para o tema do festival, proporcionando diversos pontos de vista para a conceção de novos imaginários arquitetónicos. Esta foi a quarta edição organizada pelo INSTITUTO, com direção do arquiteto Paulo Moreira, com destaque para as participações de Bêka & Lemoine como Realizadores Convidados e LOCUMENT como curadores do Programa Oficial.
O festival arrancou com uma soft opening na Circo de Ideias, consistindo num debate entre Ila Bêka, Louise Lemoine e Maria Pestana, curadora-chefe do Centro de Arquitetura do MAC/CCB Museu. Seguiu-se a Sessão de Abertura, no Batalha, com as boas-vindas do diretor do festival, seguida pela exibição de 'Rehab (from rehab)' de Bêka & Lemoine. A noite terminou com a Festa de Abertura no INSTITUTO, que incluiu a inauguração da instalação 'Stories of Spaces' de Bêka & Lemoine e uma atuação musical de Bonnie Bopela, artista residente.
Kai Fernandes deu início ao segundo dia do festival com o passeio guiado Tour Africana Porto, que proporcionou uma experiência diferente dos habituais ‘tours’ oferecidos pelas agências turísticas, mostrando a cidade a partir de uma perspetiva africana. De seguida juntámo-nos na Casa Comum para uma sessão de curtas-metragens em parceria com festival de cinema Cinalfama. De tarde, a Térmita acolheu a inauguração da instalação 'Territórios Invisíveis' de Locument, com uma visita guiada conduzida pelos autores Romea Muryn e Francisco Lobo. Mais tarde, reunimo-nos no Batalha para duas sessões: 'Burial' de Emilija Škarnulytė e 'The Sense of Tuning' de Beka & Lemoine.
O terceiro dia do festival começou com um passeio guiado por Pedro Bandeira, pela linha de metro do Porto, com o propósito de chamar a atenção para um dos lugares com mais potencial de desenvolvimento futuro: a zona oriental e a linha de Fânzeres. No início da tarde, juntámo-nos na Canal180 para uma visita guiada à instalação criada pelos estudantes do ADS Eleven do Royal College of Art, com tutoria de Locument. Mais tarde, reunimo-nos na Casa Comum para uma sessão com filmes de Banga Coletivo, Cartografia Negra, Margarida Waco, Day Rodrigues e Juliana Vicente. O dia terminou no Batalha com a exibição de 'Tokyo Ride' de Bêka & Lemoine e 'Taming the Garden' de Salomé Jashi.
O último dia do festival arrancou com o debate “Back to the future” com Yolana Lemos (Banga Colectivo) e Bonnie Bopela, moderado por João Queirós (Instituto Sociologia - FLUP), interligando projetos de descolonização, numa procura de aproximação entre arquitetura e sociedade. Em seguida, tivemos uma sessão com uma série de curtas-metragens selecionadas pelos Locument. Na Sessão de Encerramento, foi apresentado o filme ‘Pele de Vidro”, com a presença da realizadora de Denise Zmekhol. Para fechar, o Canal 180 acolheu a soft closing com a exibição do filme 'Habitar' e debate com o realizador Joaquin Mora, a arquiteta Ana Neiva, a residente Sandra Amorim e Francisco Lobo dos Locument.
O festival conseguiu atraír um público numeroso e diversificado, tanto local quanto internacional, tanto das áreas da arquitetura, como das artes visuais, educação e público em geral. Esta edição afirmou o Arquiteturas Film Festival como uma plataforma para discutir questões prementes da arquitetura, da cidade, do território e da sociedade no seu todo.